Olhando para a minha vida!

"Em vez de possibilidades, realidades é o que tenho no meu passado, não apenas a realidade do trabalho realizado e do amor vivido, mas também a realidade dos sofrimentos suportados com bravura. Esses sofrimentos são até mesmo as coisas das quais me orgulho mais, embora não sejam coisas que possam causar inveja." (Viktor E. Frankl)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nossas "Corujisses"

Há algum tempo já venho observando como nós mães somos realmente corujas e adoramos ressaltar supostas "qualidades" de nossos filhos para outras mães! Toda vez que me vejo nessa situação, ou no papel da mãe-coruja ou escutando as corujisses de outras, sempre me remeto ao seriado transmitido pela GNT chamado Mothers - que nasceu de um blog - cujo um dos episódios era sobre uma mãe (uma das personagens princípais) que ouvia suas amigas contarem vantagens sobre seus filhos, e ela, mesmo sabendo que isso era bobagem e questionava tal comportamento, não resistiu a "pressão" e começou também fazer a mesma coisa em relação ao seu filho, com muito humor e constrangimentos para incrementar as cenas, chegou à conclusão que isso não levava nem ela e nem seu filho a lugar algum.

Nesse ínterim, com o último acontecimento desse gênero o qual eu estava presente e participando por sinal (porque sou mãe-coruja), também me remeteu a uma aula de psicologia na época da minha primeira faculdade, faz muitos anos, mas me marcou muito que o professor disse. Ele falava sobre a diferença entre defeitos e qualidades de uma pessoa e suas características (particularidades de cada ser que o distingue do outro). Muitas vezes nós atribuímos certas características como qualidades em detrimento das características do outro, vendo-a como diferencial, outras vezes, observamos as características do outro, menosprezando o nosso, isso é o mais terrível.

Lembro-me dele explicando que as características podem se tornar defeitos ou qualidades dependendo da maneira pela qual elas são aplicadas em determinadas circunstâncias, ou então, conforme elas são canalizadas em nossas vidas, ou para o bem ou para o mal.

Apenas como ilustração, entre outras tantas, certo dia falávamos de nossos filhos salientando quais falam demais, muito comunicativos verbalmente e quais falam de menos, mais calados, dando conta do recado com poucas palavras. É caso do meu filho, independente do seu Mutismo Seletivo, porque somos uma família de falar pouco, logo ele também é. Embora admito a possibilidade dele, uma vez superado o mutismo, vir surpreender a todos tornando-se um tagarela, apesar da herança genética dos pais prevalecerem, mas não o engessando.

Portanto, gosto de ressaltar que toda criança é um livro aberto, principalmente na primeira infância, ainda no processo de se moldar, se formar como personalidade, e tal comportamento de hoje não necessariamente se manterá no futuro, junto com seu crescimento, vivências e amadurecimentos. Temos muitos exemplos de tímidos tornando-se grandes comunicadores, cito o grandioso Miguel Falabela, como ele mesmo se retrata em seu livro Vivendo em Vóz Alta. Outros de hiper comunicativos quando crianças, tornando-se introspectivos, centrados, tenho exemplo de um amigo do meu irmão (que por sinal era uma peste quando criança). Todas essas características e mudanças (caso venham a ocorrer) são independentes da inteligência e da esperteza de cada um, as quais vão "determinar" como nossos lindos filhos lidarão com a vida e suas adversidades.

Mas, independente de tudo isso, corujar nessa fase deles é uma delícia!

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